O que é procrastinação?
Etimologia da palavra: PRO (a favor) CRATINUS (para amanhã).
- É adiar mesmo sabendo que esse adiamento será pior para você.
- É um gap entre intenção e ação. Gap: espaço entre intenção e ação, ou seja, existe a intenção de fazer algo, mas entre a intenção e o que eu vou fazer, acontece algo que deixo de lado.
Diferença de um preguiçoso para um procrastinador
O preguiçoso nunca tem a intenção de fazer nada, já o procrastinador começa e pensa: “Será que não é melhor deixar para amanhã?”. Então o procrastinador é preguiçoso? Não!
As 3 características de um procrastinador:
O procrastinador é alguém que age de forma voluntária, com a intenção de realizar uma tarefa, mas opta por não o fazer, mesmo sabendo que adiar só piorará a situação.
É importante compreender que todos nós somos propensos à procrastinação, embora nem todos sejam procrastinadores crónicos. Este comportamento é parte da natureza humana e está relacionado com o nosso processo evolutivo. Durante a maior parte da nossa existência como Homo sapiens, vivemos em grupos nómadas, percorrendo as savanas até nos tornarmos agricultores sedentários. O ser humano primitivo, acostumado a satisfazer os seus desejos imediatamente, viu-se obrigado a esperar para satisfazer as suas necessidades. Assim, a procrastinação está enraizada na nossa biologia. Somos humanos… gostamos de nos sentir bem no momento presente.
- Tendemos a desvalorizar recompensas futuras. Por exemplo, se começarmos a praticar uma atividade física e soubermos que só estaremos em forma daqui a 6 meses, consideramos isso muito tempo e preferimos uma recompensa imediata, algo que nos traga resultados mais rapidamente.
- Somos excessivamente optimistas e tendenciosos ao fazermos o nosso planeamento. Acreditamos que no futuro seremos diferentes, mas acabamos por ser iguais. Não somos bons a prever, mas somos otimistas.
- Evitamos dissonâncias mentais através de desculpas. Por exemplo, se desejamos fazer uma atividade física, mas vemos que não a realizamos, inventamos uma justificação ou desculpa.
- Temos uma quantidade limitada de força de vontade, que se assemelha a um músculo que se cansa. Por isso, precisamos de sabedoria para geri-la.
- Podemos ser desorganizados e indisciplinados, o que é uma tendência natural para muitos de nós.
- Podemos facilmente distrair-nos! Quanto mais distrações surgirem, pior será e mais propenso seremos à procrastinação. Estas distrações vão tentar desviar-nos de fazer algo agora, prejudicando o que realmente desejamos no futuro.
- Podemos ter crenças irracionais sobre as nossas próprias expectativas. Por exemplo, acreditar que somos mais produtivos quando deixamos as coisas para a última hora, o que não corresponde à verdade.
- Temos dificuldade em prever quanto tempo gastamos em determinada tarefa. Especialistas como Daniel Kahneman, autor do livro “Rápido Devagar”, afirma que todos temos uma margem de erro de pelo menos 50% para mais.
Cerca de 20% das pessoas consideram-se procrastinadores crónicos, e esses números aumentaram de 5% para 25% nos últimos 30 anos, de acordo com uma pesquisa transcultural conduzida por Joseph Ferrari, da Universidade DePaul (em Chicago). Um dos motivos para esse aumento é o acesso a um maior número de tentações no presente, o que nos leva a procrastinar.
Diferença de um preguiçoso para um procrastinador
Nesse ciclo podemos observar: “Não faço nada e por não fazer, sinto-me culpado, nessa crise duvido de mim mesmo, se sou capaz, diante dessa situação sinto-me impotente e passo a fazer nada novamente.” É preciso sair do ciclo da procrastinação e entrar no ciclo do fluxo.
Ciclo do Fluxo
Nesse ciclo podemos observar: “Faço coisas significativas que preenchem a minha alma, dessa forma sinto-me bem, sentindo-me bem, desenvolvo as minhas habilidades e passo a acreditar mais em mim mesmo.” Muitas vezes temos que fazer coisas que não queremos, mas temos que tentar dar a essas tarefas um significado maior! Por isso procrastinadores precisam se colocar em movimento.
Procrastinadores Crónicos Famosos
Victor Hugo: Escritor francês, obrigava-se a escrever pois todas
as manhãs ficava nu, entregava as suas roupas ao seu criado.
Sentava-se na mesa do quarto para dedicar-se à escrita e o
empregado só poderia devolver a sua roupa depois de 3 horas;
Frank Loyd Wright: Arquiteto norte-americano, muito talentoso.
Certa vez um milionário contratou-o para fazer uma casa dentro
de um bosque. Passou-se um ano e Frank não apresentou nada.
Nessas circunstâncias o cliente já sem paciência avisou-o que iria
até á casa de Frank. No período da distância percorrida (de duas
horas) ele fez um dos seus projetos mais famosos
O excesso de procrastinação é a grande dor das pessoas na era moderna.
Fonte: Livro Neuro Produtividade Dr. Frederico Porto